Há um velho ditado de que na guerra a verdade é a primeira que morre. Ainda que possa conter uma boa análise, no fundo é no momento das disputas que os lados se acirram, definindo posições políticas, cuja verdade serve como arma contra o oponente determinado.
Mesmo o silêncio é uma posição política em favor de um ou outro lado, na condição de se esconder de um ataque rápido. Os meios de comunicação, que na incapacidade de praticar a objetividade pura – o que parece lógico, observando a comunicação ser uma dádiva humana -, neste instante de defesa de interesse efetivamente, prevalece a subjetividade, as mensagens controladas, de modo que a objetividade se apresenta minimamente, para os detalhes reais de um conflito.
Os dados mais elementares são ordenados em conformidade com posições ideológicas, de maneira a prevalecer o lado do poder escolhido pelos inimigos.
A comunicação midiática na sua origem tem como objetivo interesses econômicos, que se soma ao capitalismo e ganha expansão, tornando-se ponta de lança de conquistas de outros mundos, com origem em países de culturas milenares e vencedores nas guerras, resultando em conquistas de outras nações mais fracas – com armas e comunicação de mídias.
No processo histórico, desde a impressão da Bíblia, a comunicação ganha importância na transformação da sociedade na direção de um processo de massificação. Depois a mudança cultural e a ampliação dos mercados e domínios de nações no caminho de uma sociedade globalizada, com política dirigida por um centro político.
Os meios de comunicação também foram colonizadores e não seria sem motivo que uma das primeiras medidas da família portuguesa no Brasil foi a fundação da prensa, com criação de biblioteca real e o controle das publicações de livros, o que já vinha ocorrendo desde o processo de colonização. A rigor, a comercialização se fez proibida no início da colonização, com bons motivos. Não perder o controle da política social interna e externa.
Guerra de informação
O jornalismo passa por controles na política europeia, território da primeira prensa, quando se reduz os textos manuscritos, com leitura limitada a alguns grupos, com expansão da comunicação na manutenção do poder político.
Como resultado a percepção do velho mundo como formadores de conhecimento e ilustres territórios de guerra, quando países de em torno de sua órbita passam a ser imperadores, como é o caso do Inglês. Posteriormente, o bastão é deslocado para os Estados Unidos da América, levando sua cultura e tradições do velho mundo conquistador de outros territórios.
Portanto, o domínio do mundo diz respeito à capacidade de lidar com a informação, por isso, numa guerra será sempre o primeiro alvo a ser atacado ou expandido em conformidade com a verdade ali apresentada.
Fazendo um corte para os dias atuais, na guerra entre Estados Unidos e Rússia, em torno da expansão de poder global, tendo a Ucrânia como motivo para mostrar poder, o jornalismo avoluma, como seria de esperar, com informações que definem um lado – e como se observa exageradamente -, com suas armas, o poder simbólico.
Neste contexto, os números servem para a verdade demonstrada em conformidade com propostas editoriais, aquelas que a empresa de comunicação entende como sendo o lado mais rentável, com atenção na audiência, como alvo, que não pode se dispersar, mas deve manter-se sob controle das palavras e imagens. Para tanto há estratégias.
Desta maneira, na guerra de informações, será tempo sempre das análises atenciosas para a liberdade de conhecimento na definição de opinião própria, que neste contexto nem sempre está do lado a maioria.